Políticas da dramaturgia

No Domingo, 29 de setembro, dramaturgos, artistas da cena, produtores e público estiveram no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo, para o encontro Dramaturgia em campo minado. O encontro foi extensão da temporada do espetáculo Pousada Refúgio, texto de Leonardo Cortez, dirigido por Pedro Granato, e da oficina de dramaturgia conduzida pelo autor. Como esperado, os convidados, convidadas e plateia lembraram a importância do Arena na definição dos contornos da dramaturgia moderna brasileira, bem como sua referência enquanto espaço de resistência e de invenção contra o autoritarismo. Tateando os impasses do presente, falou-se sobre censura, sobre Estado de exceção (ainda que na atual forma administrada), sobre as potências (e falhas) dos artistas na reflexão sobre estratégias de sobrevivência no teatro e além dele. Leonardo Cortez, que fez o chamado, avalia que este primeiro encontro foi “uma resposta aos seguidos ataques sofridos pela classe artística”. A ideia é olhar para os próprios caminhos estéticos traçados por dramaturgos e dramaturgas como “instrumentos de aglutinação”, diz. Estiveram à mesa, em ótimos relatos,  Claudia Barral, Dione Carlos, Kiko Marques, Leonardo Cortez, Marcio Araújo e o editor do Cena Aberta, Kil Abreu. Na plateia, entre outros, o produtor, gestor e crítico Celso Curi, um dos organizadores do movimento Artigo 5º, que acompanha casos de censura no meio artístico; o crítico José Cetra Filho, os dramaturgos Marcos Barbosa e Rogério Guarapiran, a atriz Noemi Marinho e o diretor Diego Fortes. A expectativa é de que outros encontros aconteçam em breve.